sexta-feira, 13 de julho de 2007

Silfos

"Os silfos, ou elementais do ar, trabalharam muito na evolução do homem. Em sua atmosfera encontramos a herança de nossa mente. Na contraparte superior se encontram seres mais inteligentes e dignos, que guardam nossas criações artísticas e literárias, de tempos idos, para nos devolvê-las quando delas necessitamos. Silfos e Sílfides superiores são eruditos e de uma memória prodigiosa. Eles retêm todas as histórias e ensinamentos escritos pelos sábios do mundo. Ensinam ao iniciado, não só o que disse um mestre ou filósofo, mas, também, o que ele não disse. Certa ocasião ouvimos a um silfo repetir as palavras de Jesus: "Muitas coisas tenho que vos revelar, porém, minha hora não chegou ainda. . . " Logo começou a interpretar o que disse o Nazareno, para terminar dizendo: "As verdadeiras doutrinas de Jesus não chegaram até o momento aos homens; mas, os silfos e as silfas as comunicariam aos dignos de recebê-las". Muitos dos elementais do ar se prestam para guias dos que morrem repentinamente, para protegê-los das alucinações do além. A irradiação do silfo eleva o pensamento, desenvolve a vista interna, dá os rituais da natureza e capacita a leitura e o saber dos livros perdidos da antiguidade. Os Silfos respeitam os átomos solares. Os átomos lunares são venerados pelos elementos da água. Os silfos ensinam o homem "a fazer justamente sem necessidade de pensar" e a afrontar o perigo sem necessidade de pensar, até depois que haja passado. Eles retêm tudo o que foi dito pelos profetas e possuem os segredos de todas as escolas e fraternidades ocultas. Cada homem reflete o tipo de silfo e sílfide de acordo consigo. O silfo lê o pensamento e pode fazer voltar à mente ou memória o que ficou acaso esquecido. As sílfides são mui formosas, e o ser que as viu uma vez não as esquece, e seu sorriso fascinador cativa e escraviza o homem por toda uma vida".

















O mundo inferior destes elementais é a feitiçaria e necromancia. Os silfos inferiores penetram nos médiuns e seres sensitivos, representam qualquer personagem histórico, imitando sua voz, sua caligrafia, sua fisionomia, e às vezes até falam o próprio idioma. Eles produzem perturbações mentais, à larga, em suas vítimas, destruindo a fluidez do corpo astral.
Antigamente os seres sensitivos eram educados, convenientemente, para que os deuses falassem por meio deles; atualmente, ninguém se ocupa em cuidar deles, mas empresta-se a qualquer entidade, em seu estado mediúnico. O sensitivo é o que deve responder somente às vibrações mais elevadas para defender, aos puros de coração, das mentalidades negras. Também o estado hipnótico tem muita similitude com a mediunidade. Quando o hipnotizador dedica sua ciência a demonstrações teatrais, ou para indagar sobre vidas alheias, será castigado pelas leis da natureza, violadas, e os silfos exigirão que se cumpra a justiça. Existe, amiúde, seres sensitivos ignorantes, mas capazes de grandes realizações, que se vêm brutalizados pelo ignorante, que provoca neles a mediunidade inferior. Muito nos tem sido perguntado como podemos distinguir entre um médium e outro, ao que respondemos: toda entidade que faz torturar sua presa, fazendo-a dizer sandices e insultos, é nefasta e baixa, devendo ser excluída, conjuntamente com o médium, definitivamente. O médium e os operadores puros não podem atrair entidades inferiores; por este motivo, podemos assegurar que, em mil sessões espiritas, uma ou duas reunam as condições exigidas para o caso. Os silfos inferiores manifestam-se, na maioria das vezes, como se fossem seres queridos: pai, mãe, irmão ou um santo; logo principiam a ditar discurso e conselhos de moral, imitando ou representando, com muito poder de falsificação, a voz, o estilo e o modo de escrever. Muitas pessoas nos dizem: Só eu possuía o segredo com o morto, e o médium o revelou". A estes amigos diremos: os silfos lêem os anais da natureza, em tudo o que diz respeito ao perguntante e ao ser que abandonou o corpo físico. Basta que uma pessoa pense num ser do além para que estes elementais formem uma ponte de comunicação entre os dois, para se inteirarem de todos os segredos de seus arquivos. Por estes seres viverem em nós mesmos, conhecem nossos segredos e os daqueles que estão em contato conosco. "Os silfos podem impregnar, com sua atmosfera, qualquer imagem ou objeto que foi adorado ou reverenciado por mentes devotas. E magnetizam-no para que resplandeça e pareça maior do que é, em realidade, fazendo com que os olhos de uma imagem se abram, se cerrem, chorem, ou que se mova a cabeça de um lado para outro, fenômenos estes vistos por seres sensitivos, e considerados milagrosos".

(do livro Mestre Maçom e seus Mistérios de Jorge Adoum)

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