terça-feira, 19 de junho de 2007

Fim da Atlântida segundo Lobsang Rampa


















Sentamo-nos em posição aproximada à de um círculo, todos de frente para o seu interior, tendo os dedos entrelaçados na forma correta. Meu guia deu início ao ritmo respiratório necessário, e todos acompanhamos sua direção. Devagar, perdemos nossas identidades terrenas, tornando-nos um só, a flutuar no Mar do Tempo. Tudo quanto já aconteceu pode ser visto por quem tenha a capacidade de entrar conscientemente no plano astral, e regressar – consciente – com o conhecimento assim obtido. Qualquer cena histórica, por mais tempo que tenha passado, pode ser visto como se a pessoa realmente estivesse presente.
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Com nosso preparo, foi realmente fácil localizar o ponto em que a Máquina deixou de apresentar imagens. Vimos a procissão de homens e mulheres, notabilidades da época, sem a menor dúvida, saíram em fila da Caverna. Máquinas com braços enormes fizeram deslizar o que parecia ser metade da montanha, cobrindo a entrada. As rachaduras e fendas onde as superfícies se encontravam foram cuidadosamente fechadas, e o grupo de pessoas e os trabalhadores se retiraram. As máquinas rolaram para a distância e, por algum tempo, alguns meses, o cenário foi tranquilo. Depois, vimos um sumo sacerdote de pé nos degraus de uma Pirâmide imensa, exortando seus ouvintes à guerra. As imagens impressas sobre os pergaminhos do tempo prosseguiam, mudavam, e vimos o campo oposto. Ali, os dirigentes faziam arengas, incentivavam o povo. O tempo avançava. Vimos faixas de vapor branco no azul do céu, e logo elas se transformavam em vermelho. Todo mundo estremecia e se sacudia. Observávamos, sentindo vertigem. A escuridão na noite tombou sobre o mundo. Nuvens negras, permeadas de chamas vívidas, circulavam ao redor de todo o globo. As cidades queimavam por instantes e desapareciam.
Pela terra incapelavam-se os mares em fúria. Varrendo tudo à frente, uma onda gigantesca, maior do que o mais alto edifício que existira, estrugiu sobre a terra, sua crista carregando os detritos e ruínas de uma civilização que morria. A terra sacudiu-se e trovejou em agonia, grandes abismos surgiram e voltaram a fechar-se, como a goela enorme de um gigante. As montanhas oscilavam, como os ramos de salgueiro numa tempestade, e submergiam nas águas. Massas de terra se erguiam das águas, tornando-se montanhas. Toda a superfície do mundo se achava em estado de transformação, de movimento contínuo. Alguns sobreviventes dispersos, em meio a milhões, fugiam gritando para as montanhas que se haviam erguido. Outros, navegando em navios que de algum modo tinham conseguido sobreviver à convulsão, chegavam a terras altas e iam para qualquer abrigo que pudessem encontrar. A própria terra parou, deteve sua direção de rotação, e em seguida passou a girar na oposta. Florestas ardiam, transformando-se em cinzas no piscar de um olho. A superfície da terra estava desolada, arruinada, queimada, inteiramente. Bem no fundo de buracos, ou nos túneis de lava de vulcões extintos, um punhado disperso da população humana, enlouquecido pela catástrofe, acocorava-se e manifestava numa algaravia o seu terror. Dos céus negros caía uma substância esbranquiçada, de gosto doce, e que sustinha a vida.
No decurso de séculos, a terra voltou a modificar-se. Os mares agora eram terras e as terras que tinham existido eram agora mares. Uma planície baixa tivera suas paredes rochosas rachadas e afundara, e as águas a haviam invadido, para formar o mar hoje conhecido por Mediterrêneo. Outro mar próximo afundou, por uma brecha no seu leito, e quando as águas saíram e o deixaram seco, formou-se o Deserto de Saara. Sobre a superfície da terra, andavam tribos selvagens que, à luz das fogueiras de seus acampamentos, contavam as lendas antigas, falavam do dilúvio da Lemúria, e da Atlântida. Falavam, também, do dia em que o sol ficara parado.

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